A televisão brasileira criou o culto à telenovela, que, importada em sua estrutura básica do México, assimilou nestas terras a qualidade do folhetim e foi a sucessora da novela transmitida pelo rádio.
Neste documentário do cineasta Joel Zito Araújo, assistimos, através de imagens de arquivo e de depoimentos diversos, os tabus e preconceitos enfrentados pelos atores negros pelo seu reconhecimento na história das telenovelas.
Quase sempre relegados a papéis secundários, fortemente calcados nos esterótipos criados por uma cultura eurocêntrica, a telenovela, o produto de maior audiência no horário nobre da TV brasileira, acabou por influenciar, sobremaneira, os processos de identidade étnica dos afrodescendentes brasileiros.
Documentário essencial para refletirmos na importância da TV na formação de esterótipos, criação de identidades e veículo formador de ideologias, "A negação do Brasil" é um trabalho sério de pesquisa para qualquer um que se interesse pelas questões raciais.
Como diz a crítica e escritora Maria Santos de Jesus:
"A proposta do documentário é trazer à discussão os papéis representados
pelos afro-descendentes, quase sempre subalternizados, inferiorizados
em função da pouca visibilidade e quando muito, representando
estereótipos de jagunços, feitores, delegados e empregados domésticos.
Baseado nas informações do documentário, o que se vê diariamente nas telenovelas é a hipervalorização da matriz euro-descendente, tida como modelo de beleza estética e superioridade intelectual, em detrimento das matrizes afro e índio-descendentes, já que “os grupos de maior prestígio têm hegemonia cultural e tudo que diverge de suas concepções é desqualificado". (Est. Culturais, 2008).
Em entrevista ao programa Salto (Rede Brasil), Joel Zito afirma que “as pessoas, inconscientemente partilham a visão de que o belo, o culto, o desejável, o ser moderno, o ser Primeiro Mundo, é ser branco”. Arraigado na cultura brasileira, esse estigma é extremamente negativo para que o negro atue em papéis positivos que contribuam para a auto-afirmação da sua imagem."
(Márcia Santos de Jesus em "A Negação do Brasil: O Negro na Telenovela Brasileira - Análise crítica do filme")Baseado nas informações do documentário, o que se vê diariamente nas telenovelas é a hipervalorização da matriz euro-descendente, tida como modelo de beleza estética e superioridade intelectual, em detrimento das matrizes afro e índio-descendentes, já que “os grupos de maior prestígio têm hegemonia cultural e tudo que diverge de suas concepções é desqualificado". (Est. Culturais, 2008).
Em entrevista ao programa Salto (Rede Brasil), Joel Zito afirma que “as pessoas, inconscientemente partilham a visão de que o belo, o culto, o desejável, o ser moderno, o ser Primeiro Mundo, é ser branco”. Arraigado na cultura brasileira, esse estigma é extremamente negativo para que o negro atue em papéis positivos que contribuam para a auto-afirmação da sua imagem."
Ficha de Informações do Filme
Título: A NEGAÇÃO DO BRASIL
Duração: 91 min
Duração: 91 min
Ano: 2000
Cidade: Rio de Janeiro, RJ País: Brasil
Gênero: Documentário
Cor: Colorido/PB
Cidade: Rio de Janeiro, RJ País: Brasil
Gênero: Documentário
Cor: Colorido/PB
Ficha Técnica
Direção: Joel Zito AraújoRoteiro: Joel Zito Araújo
Empresa(s) Co-produtora(s): Casa de Criação
Produção Executiva: Joel Zito Araújo
Direção de Produção: Joel Zito Araújo
Direção Fotografia: Adrian Cooper e Cleumo Segond
Fotografia de Cena: Não
Montagem/Edição: Joel Zito Araújo e Adrian Cooper
Técnico de Som Direto: Toninho Murici
Edição Som: Equipe Estúdios Mega
Mixagem: Equipe Estúdios Mega
Classificação Indicativa: 12 anos
Currículo do filme
Prêmios: Roteiro premiado pelo Concurso Nacional de Projetos de Documentários do Ministério da Cultura - 1999.
Prêmios de Melhor Documentário, Melhor Pesquisa e Premio Quanta da Competição Brasileira do É TUDO VERDADE - 6º Festival Internacional de Documentários - 2001. SP-RJ;
Troféu especial "Gilberto Freire de Cinema" e Troféu de "Melhor Roteiro de Documentário" do 5º Festival de Cinema do Recife - 2001.
Prêmios de Melhor Documentário, Melhor Pesquisa e Premio Quanta da Competição Brasileira do É TUDO VERDADE - 6º Festival Internacional de Documentários - 2001. SP-RJ;
Troféu especial "Gilberto Freire de Cinema" e Troféu de "Melhor Roteiro de Documentário" do 5º Festival de Cinema do Recife - 2001.
(Informações obtidas no site da Programadora Brasil)
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