sábado, 16 de junho de 2012

"Salve a Liberdade", de Ernâni Alvarenga

 


 Recorda negro velho
tanto tempo que passou
e ninguém lembrou de você, só eu
Negro Velho na fazenda
na lavoura trabalhando
quando chega um cativo
meu senhor tá lhe chamando
lá vai negro-velho
dan, dan do rê, ô

O castigo do negro era triste
era de doer o coração (coração)
enquanto gemia no tronco
os outros de joelho no chão (sobre o chão)
implorava o seu perdão
Santo Deus
tenham dele compaixão, ê, ê, ê, ê, ê, ê, ê, ê.
Porém um dia o sol como nunca brilhava
ao ver em festa o terreiro da velha fazenda
negro largou ferramenta e já não trabalha
e as pretas jogavam pros lados almofadas e rendas
ei auê, auê, ei, auê, auê.
E a voz da princesa no espaço ecoava
enquanto os negros cantavam assim:

Salve a limbredade á
Salve a limbredade á
Salve a limbredade
povo dessa cidade
Salve a limbredade auê

(Primeiramente publicado, em 13 de maio de 2012, no http://ouroso.blogspot.com.br)

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