Vitalino Duarte foi uma daquelas pessoas que nascem para distribuirem alegria aos outros. Saído, ainda jovem, da roça, vindo buscar na cidade melhores condições de vida, acabou revelando-se uma das figuras mais conhecidas e importantes de Leopoldina.
Vitalino Duarte e Luiz Otávio animando o carnaval leopoldinense na década de 90 |
Vitalino Duarte viveu para a alegria das festas populares, encontrando nelas a forma de exteriorizar uma alma que se enriquecia nos folguedos, nas brincadeiras, nos corsos, nos animados blocos carnavalescos, no exuberante colorido das modestas fantasias, no ritmo das marchinhas e dos temas do reinado momensco.
Bené Guedes, Jairo Fernandes e Carlos André entrevistam Vitalino Duarte |
A pesquisadora, historiadora e professora Natania Nogueira, no blog "História do Ensino", assim o descreve:
"Nosso mais famoso carnavalesco foi Mestre Vitalino Duarte,
conhecido em Leopoldina por promover festas populares. Nasceu no dia 15
de agosto de 1932. Em 1955 começou a se interessar pelo carnaval e, em
1959, fundou a Escola de Samba Acadêmicos de Leopoldina, da qual foi presidente. Morreu em 2003, depois de 47 anos como carnavalesco.
Em seus primeiros carnavais, Mestre Vitalino desfilava pela cidade com uma Baiana e uma burrinha, arrastando multidões e cantando:
Arranjei uma burrinha,
Para brincar no carnaval,
Ai, ai, ai!
Ai, ai, ai!
A orelha era de palha
E o rabo de jornal,
Ai, ai, ai!
Ai, ai, ai!
Ê, ê, ê!
Ê, ê, a,
Montado na Burrinha,
Devagar eu chego lá!
Bloco carnavalesco criado por Mestre Vitalino Duarte, descendo o Bairro dos Pirineus em 2008 |
A Casa de Leitura Lya Botelho, através do resgate da presença negra na construção sócio, política, econômica e cultural de Leopoldina-MG, presta uma homenagem a esse homem que tão bem representa o Patrimônio Cultural Imaterial da nossa cidade, com sua vida de trabalho e o seu legado em favor do resgate e preservação das festas populares, festas essas que são a expressão mais profunda de toda uma população.
Estante Vitalino Duarte, na Casa de Leitura Lya Botelho, em Leopoldina-MG |
Uma estante de livros infantojuvenis escritos por renomados autores africanos e afrodescendentes, sobre contos, lendas, parábolas, mitos e histórias dos negros e do continente africano foi organizada e a ela dado o seu nome: Mestre Vitalino Duarte. Justa e merecida homenagem ao homem que contribuiu para com a fantasia, a imaginação, a criação artística e a preservação da cultura do seu povo, da sua cidade.
Mestre Vitalino Duarte, artesão de alegrias, é parte da Memória e do Patrimônio Cultural de Leopoldina-MG
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